Assim como dito por Lavoisier em meados do século XVIII: “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, tudo aquilo que produzimos e consumimos em nossa sociedade, mais cedo ou mais tarde, acaba perdendo sua função e se transforma em um resíduo.

Para se ter dimensão da produção de resíduos no Brasil, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos de 2018, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o país gerou cerca de 79 milhões de toneladas de lixo em 2018. A título de comparação, seria como se aproximadamente 71,8 milhões de sedãs compactos fossem descartados anualmente só no Brasil.

Dessa forma, lidar com essa imensa quantidade de resíduos não é uma operação simples e demanda uma cooperação coletiva desde os pontos em que o resíduo é gerado (fonte) até sua disposição final ambientalmente adequada sobre o solo quando se encerra sua vida útil. Esse é o principal desafio do gerenciamento de resíduos sólidos.

Em 2 de agosto de 2010, foi estabelecida a Lei nº 12.3051, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que define os princípios e objetivos, instrumentos, responsabilidades, diretrizes, metas e ações relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos em regime de cooperação federal, estadual e municipal.

A estes resíduos deve ocorrer a chamada destinação final ambientalmente adequada, que objetiva no prolongamento da vida útil desses materiais em processos como reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes.

Quando algum desses materiais descartados não puder ter sua vida útil prolongada ou não houver alternativa tecnológica ou econômica viável para reaproveitá-lo, este passa a ser denominado de rejeito e deve sofrer uma disposição final ambientalmente adequada minimizando os impactos ambientais adversos.

Separar os resíduos na fonte é o princípio fundamental da coleta seletiva. Se deixássemos para separar os resíduos identificando um a um nos sacos de lixo seria completamente impossível reciclar.

Quando separamos nosso lixo em casa e o destinamos adequadamente estamos alongando a vida útil destes materiais, permitindo que eles sejam utilizados novamente, além de permitir com que os funcionários que lidam diretamente com os resíduos realizem essa operação de forma muito mais higiênica e segura.

Importantes atores nessa cadeia são as indústrias e os grandes geradores de resíduos. Estes entes, tem responsabilidade legal de implementar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em seus empreendimentos.

O gerenciamento de resíduos consiste em um conjunto de ações envolvidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos e rejeitos.

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