Como o Saneamento Básico influencia na saúde pública

Como o Saneamento básico influencia na saúde pública
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Como o Saneamento Básico influencia na saúde pública

A importância de projetos de tratamento de água e esgoto na prevenção de doenças de vinculação hídrica

Entende-se como saneamento básico a prestação de serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e maneja de água pluviais urbanas à população (FERREIRA, et.al., 2016).

FERREIRA et.al., 2016 analisou o número de casos, por região geográfica, de doenças de veiculação hídrica com os gastos/investimentos em saúde e saneamento e o crescimento populacional.

Apesar de se esperar uma redução no número de casos de doenças de veiculação hídrica, isso não foi observado pelo autor quando analisados os anos de 2001 a 2010.

A não redução foi atribuída a falta de investimentos em projetos de tratamento de água e projetos de tratamento de esgoto, além de investimentos insuficientes em projetos de drenagem urbana e de gerenciamento de resíduos sólidos.

Ainda de acordo com o autor, para o período analisado, o Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB determinava um investimento mínimo na ordem de R$ 12,5 bilhões por ano, enquanto o que se viu foi um investimento na ordem de R$ 3,1 bilhões.

A relação entre saneamento básico e a qualidade de vida da população

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH foi criado por Mahbub ul Haq em colaboração com o economista indiano ganhador do prêmio Nobel Amartya Sen.

Desenvolvido como uma medida resumida do progresso ao longo prazo da qualidade de vida da população, esse indicador se baseia em três dimensões básicas: renda, educação e saúde.

Os projetos de tratamento de água, tratamento de esgoto, drenagem pluvial e gerenciamento de resíduos sólidos estão intimamente interligados com este último.

Libânio, et.al.,2005 identificou uma clara relação entre a abrangência dos serviços de saneamento básico e o IDH.

Esta correlação pode ser explicada pela utilização da expectativa de vida ao nascer como indicador para formulação do IDH, a qual estaria diretamente relacionada a cobertura por sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Quando analisados os países com IDH elevado (IDH > 0,7) e maior longevidade, notou-se que estes apresentavam uma maior cobertura nos sistemas de saneamento do que quando comparados à países com menor IDH.

Em geral, estados brasileiros no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, apresentaram menor IDH do que os estudos do Sul e Sudeste, e também menor índice de cobertura de sistemas de abastecimento e tratamento de água, de tratamento de esgoto, de drenagem urbana e gerenciamento de resíduos sólidos.

Como projetos de tratamento de água e esgoto contribuem para a melhoria da saúde pública

O tratamento de esgoto e o tratamento de efluentes industriais têm como objetivo a melhoria na qualidade do efluente lançado nos corpos receptores.

Usualmente o tratamento ocorre em três etapas: tratamento preliminar, tratamento primário e secundário. Em níveis superiores de tratamento, podem ocorrer ainda o tratamento terciário e a utilização de subprodutos do tratamento.

O principal objetivo da primeira etapa do tratamento é a remoção de sólidos grosseiros, enquanto nas demais etapas, ocorre a redução da matéria orgânica e remoção de sólidos de menor granulometria.

Geralmente, nesse nível de tratamento, chamado de convencional, já é possível observar a remoção de alguns microrganismos patogênicos, como ovos de protozoários, que ficam alojados nas partículas retiradas do efluente.

Contudo, vale lembrar que nada disso é possível se não houver antes a coleta desse efluente, através da disponibilidade do serviço de coleta de esgoto.

Em um projeto de rede de esgoto é levado em consideração a população atendida, o tipo de esgoto gerado, a topografia do local e outros fatores, e tem o principal objetivo transportar o esgoto gerado até as Estações de Tratamento de Esgoto e de Efluentes Não Domésticos (ou Estação de Tratamento de Efluente Industrial).

O tratamento de esgoto antes do lançamento é essencial para diminuir a complexidade do tratamento de água, pois, em muitos casos, nós captamos água para consumo do mesmo corpo hídrico em que lançamos os efluentes.

Sabendo disso, é fácil entender sua importância. Similar ao tratamento de esgoto, estações de tratamento de água também possuem tratamento preliminar, primário e secundário. Nesses casos, é mais comum termos tratamento terciários, como a cloração e fluoretação da água para o consumo.

Um projeto convencional de tratamento de água geralmente é composto pelas fases de: gradeamento (geralmente realizado no ponto de captação com válvulas de pé com crivo ou gradeamentos para evitar que galhos e outros materiais venham a etapa do tratamento), coagulação, floculação, decantação, filtração, cloração e fluoretação (SABESP).

Projetos de drenagem urbana e gerenciamento de resíduos sólidos como mitigação de proliferação de vetores

O tratamento de água e efluente como instrumento de melhoria da qualidade de vida da população é de fácil entendimento, contudo, quando falamos de saneamento básico, não podemos deixar de lado a drenagem urbana e o manejo de resíduos sólidos.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, a retenção de água na superfície pode propiciar a proliferação dos mosquitos responsável pela disseminação da malária e dengue, além de transtornos à população, como alagamentos e inundações.

FÁTIMA, 2013 obteve uma correlação linear positiva (coeficiente de correlação linear de Pearson superior a 0,30) entre a ocorrência de enchentes e surtos de leptospirose em 21 dos 25 municípios estudados.

O incorreto gerenciamento dos resíduos sólidos também se apresenta como uma fonte de poluição e traz riscos à saúde. Além da proliferação de vetores, GOUVEA, 2012 associa a exposição da população a áreas de disposição de resíduos com o aumento da concentração de metais pesados no sangue dessas comunidades.

O autor traz também, relatos sobre aumento do risco de desenvolvimento para diversos tipos de câncer, anomalias congênitas, baixo peso ao nascer, abortos e mortes neonatais em população vizinhas a esses locais.

Há ainda um risco maior para os profissionais mais diretamente envolvidos no manejo desses resíduos, sendo relatadas alterações na função pulmonar, contaminação bacteriológica do sistema respiratório, exposição direta a metais e substâncias químicas e a agente infecciosos, como o vírus da hepatite B, doenças osteomusculares e lesões por acidentes.

Como podemos melhorar esse cenário

Em casa, podemos adotar de simples práticas mais sustentáveis como redução e reutilização de produtos e subprodutos, além de cobrar do poder público uma maior atenção e investimento nesse setor.

Na indústria, devemos sempre nos atentar a responsabilidade ambiental de cada empreendimento, podendo implementar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos, um projeto de tratamento de água, um projeto de tratamento de esgoto ou um projeto de tratamento de efluente industrial para mitigação dos impactos, mesmo sem a obrigatoriedade definida por lei, por exemplo.

Quer saber mais sobre esses projetos e como eles podem ser implementados? Entre em contato com a gente ou comente neste post!